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Como utilizar o ácido fólico no período gestacional?

De acordo com orientações atualizadas do Ministério da Saúde, a suplementação vitamínica com ácido fólico é recomendada para a mulher em idade fértil, dois meses antes de engravidar e nos dois primeiros meses da gestação. O ácido fólico é uma vitamina hidrossolúvel do complexo B, que atua no processo de multiplicação das células e na formação de proteínas estruturais da hemoglobina.

O objetivo é prevenir defeitos no tubo neural do feto, formado no momento inicial da gravidez. A ingestão da substância reduz em até 75% o risco de má formação dessa estrutura, prevenindo casos de anencefalia, paralisia dos membros inferiores, incontinência urinária e intestinal dos bebês, além de diferentes graus de retardo mental e de dificuldades de aprendizagem escolar. A dose para suplementação do acido fólico é de 400 µg (0,4 mg) diariamente.

Sua forma natural, o folato, é encontrada em vegetais de folha verde escura, como couve, brócolis e espinafre, porém ele é mal absorvido pelo organismo. Dessa forma, a forma sintética é a alternativa mais eficaz e prática para a mulher. Anteriormente, a recomendação preconizada era de que fosse iniciado pelo menos 30 dias antes da mulher engravidar e mantido no primeiro trimestre da gestação com esse objetivo, mas que sua ingestão poderia ter continuidade até o fim da gravidez, para evitar anemia megaloblástica por deficiência de folato na dieta.

Vários serviços estabelecem protocolos próprios para o acompanhamento pré-natal, provocando mudanças nessa conduta. Em uma unidade de referência em saúde da mulher da Cidade de Recife/Pernambuco, por exemplo, ele é prescrito até a 20ª semana de gravidez. É interessante tomar conhecimento sobre os protocolos utilizados em cada localidade. Em caso do município ou instituição não dispor de protocolo próprio, deve-se seguir as recomendações do Ministério da Saúde. O mais importante é recomendar o uso do ácido fólico no momento inicial da gestação.

mulher grávida

O Ácido Fólico

O ácido fólico – forma sintética do folato, um tipo de vitamina B – é essencial durante a gestação. Ajuda no desenvolvimento neurológico do feto durante o fechamento do tubo neural, que, quando prejudicado, apresenta problemas morfológicos, como anencefalia, fenda palatina e o lábio leporino. No entanto, seu consumo em excesso pode aumentar em duas vezes o risco de autismo nos bebês, segundo novo estudo da Universidade Johns Hopkins, nos Estados Unidos.

Excesso é prejudicial

“O excesso de ácido fólico pode prejudicar os genes que fazem a maturação do encéfalo e causar alguma má formação, podendo desenvolver autismo ou autismo parcial”, explicou Antonio Cabral, doutor em obstetrícia pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e professor da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).

O autismo é um transtorno do neurodesenvolvimento, mas tem como causa outros fatores mais amplos. A quantidade excessiva atua em um quadro muito específico do DNA do feto, um fator isolado. “Tem de ter predisposição genética e outros fatores. O excesso de folato pode ter uma consequência diferente em outra pessoa”, disse o médico.

Na quantidade correta, há benefícios

Na época, alguns médicos rebateram os resultados do estudo. Afinal, a vitamina ainda é essencial na proteção dos riscos de mal formação do feto. Na verdade, de acordo com um estudo anterior, publicado no Journal of the American Medical Association (JAMA), a ingestão de ácido fólico, que pode ser encontrado naturalmente em frutas e vegetais ou farinhas enriquecidas, poderia até reduzir o risco de autismo. “O que não deve haver é uso em altas doses”, explicou Cabral.

Leia mais em: https://veja.abril.com.br/saude/autismo-excesso-de-acido-folico-na-gravidez-pode-dobrar-o-risco/

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